
ônibus sendo liberados (Foto: Reprodução/Whatsapp)
Após mais de dez horas de paralisação, as linhas de
ônibus do Grande Recife voltaram a circular às 10h30 da manhã desta
terça-feira (21). A normalização ocorreu após o pagamento dos salários
atrasados dos rodoviários, que deveria ter sido feito até a segunda-feira (20).
A paralisação afetou as empresas Metropolitana,
Borborema, Caxangá, São Judas Tadeu, Pedrosa e Globo, deixando milhares de
usuários sem transporte público desde a madrugada.
De acordo com a Urbana-PE, o atraso no pagamento foi
ocasionado por um problema no repasse dos subsídios pelo Governo do Estado,
que deveria ter sido realizado na segunda-feira. Em nota, a entidade declarou:
"As empresas permissionárias do transporte coletivo foram obrigadas a
postergar, de forma excepcional, o calendário de adiantamento salarial para os
seus colaboradores."
Cenário durante a paralisação
A suspensão dos serviços de ônibus gerou grande impacto na
mobilidade da população. Muitos recorreram a aplicativos de transporte,
enfrentando dificuldades com os altos valores das corridas e a alta demanda.
No Terminal Integrado Joana Bezerra, passageiros se
aglomeravam, aguardando motoristas de aplicativos, principalmente
motociclistas. O caos no local foi marcado por motociclistas gritando os nomes
de seus clientes para identificá-los em meio à multidão.
Simulações de preços realizadas em aplicativos como Uber
e 99Pop mostraram variações significativas:
- Do
Terminal Integrado Joana Bezerra para a Rua do Veiga: entre R$ 20 e
R$ 25 de carro, e R$ 15 a R$ 20 de moto.
- Do
Terminal Integrado da Macaxeira para a mesma região: de R$ 25 a R$
47 de carro, e R$ 13 a R$ 20 de moto.
A dificuldade para solicitar corridas foi evidente,
especialmente para idosos, que pediam ajuda para acessar os aplicativos.
Transtornos e preocupações
A paralisação do transporte coletivo deixou claro o impacto
da dependência dos ônibus como meio de locomoção na região metropolitana.
Passageiros demonstravam preocupação em chegar aos seus destinos, enquanto
motoristas de aplicativos enfrentaram alta demanda e dificuldades logísticas.
Apesar da retomada do serviço, a situação evidenciou
problemas estruturais, como a dependência dos subsídios governamentais para o
pagamento de salários e a falta de alternativas acessíveis para a mobilidade
urbana.
Reflexões sobre a mobilidade urbana
A paralisação trouxe à tona a necessidade de discutir a
sustentabilidade e eficiência do sistema de transporte público no Recife.
Questões como o repasse de subsídios, a gestão das empresas
permissionárias e a oferta de alternativas acessíveis para a população
precisam ser analisadas para evitar que episódios semelhantes voltem a ocorrer.
Com o transporte coletivo normalizado, a expectativa agora é
de que medidas preventivas sejam adotadas para assegurar a estabilidade do
serviço essencial à população.