
(Foto: Divulgação)
Em meio a uma crise estrutural na saúde do Cabo de Santo
Agostinho, o prefeito Lula Cabral (Solidariedade) anunciou, nesta
quarta-feira (22), a formação de uma força-tarefa para solucionar problemas
críticos herdados da gestão anterior. Entre as principais dificuldades estão dívidas
milionárias, falta de medicamentos, insumos hospitalares e profissionais,
além de unidades de saúde em estado precário.
"Por onde se olha, vemos as consequências do descaso
e da falta de zelo com o que é do nosso povo. Estamos tratando tudo com máxima
atenção e adotando as soluções necessárias", declarou o prefeito.
Diagnóstico da situação
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o
cenário é alarmante:
- Dívidas
acumuladas: O município deve R$ 19 milhões a fornecedores,
abrangendo contratos essenciais para medicamentos, insumos hospitalares,
alimentação de hospitais e manutenção de equipamentos.
- Falta
de medicamentos: Cerca de 40% dos medicamentos e produtos médicos
estão em falta, agravado pela ausência de processos licitatórios
regulares.
- Infraestrutura
deficiente: Apenas 3 ambulâncias funcionavam no início de janeiro,
enquanto 26 estavam paradas, sendo que 16 já são consideradas
sucateadas.
- Déficit
de profissionais: A extinção de 600 contratos terceirizados
resultou na falta de pessoal para portaria, recepção e serviços médicos
essenciais.
- SAMU
precarizado: A base descentralizada do SAMU, criada na gestão anterior
de Cabral, foi fechada. Atualmente, apenas a unidade da Charneca
opera, comprometendo a eficiência no atendimento emergencial.
Medidas imediatas adotadas pela gestão
Para enfrentar a crise, a Prefeitura implementou ações
emergenciais:
- Reparo
de ambulâncias: Duas já estão operacionais, enquanto seis estão em
manutenção.
- Negociação
de contratos: A equipe está renegociando dívidas e contratos para
evitar desabastecimento e interrupção de serviços essenciais.
- Reabertura
de processos licitatórios: Licitações estão sendo conduzidas para
normalizar o fornecimento de medicamentos e insumos.
- Reestruturação
da base do SAMU: A gestão trabalha para reabrir a base
descentralizada, essencial para melhorar a resposta a emergências médicas.
"Estamos trabalhando para devolver dignidade à saúde
pública do município, garantindo que nossos mais de 200 mil habitantes tenham
acesso a serviços de qualidade," ressaltou Lula Cabral.
Próximos passos e transparência na gestão
Nas próximas semanas, a administração municipal promete
divulgar um relatório detalhado da situação em todas as áreas da saúde. A
transparência no levantamento de contratos, análise de débitos e renegociações
será fundamental para restaurar a confiança da população na gestão pública.
Reflexão sobre a saúde pública
O caso do Cabo de Santo Agostinho evidencia a importância de
uma gestão eficiente e responsável na saúde pública. Situações como essa
impactam diretamente a qualidade de vida dos cidadãos, reforçando a necessidade
de políticas públicas que garantam investimentos adequados, manutenção de
serviços essenciais e planejamento estratégico para enfrentar crises futuras.
Com as medidas emergenciais em curso, a expectativa é que a
saúde municipal possa ser recuperada e voltada a oferecer o atendimento digno e
eficiente que a população merece.