
Ação do Ministério Público aponta ilegalidades no processo seletivo simplificado (Foto: Reprodução)
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ingressou
com uma Ação Civil Pública contra o município de Quipapá, na Mata
Sul do Estado, alegando irregularidades no Edital nº 001/2025, que
previa a contratação temporária de 18 agentes comunitários de saúde.
A promotora Ana Victória Francisco Schauffert, autora
da ação, argumenta que o município descumpriu requisitos legais ao realizar a
seleção com base apenas na análise de títulos, sem a exigência de prova
objetiva, conforme determina a Lei nº 11.350/2006. A promotora
também destacou que a Prefeitura não apresentou justificativas válidas
para embasar uma contratação emergencial.
Decisão judicial suspende contratações temporárias em
caráter emergencial
A Vara Única da Comarca de Quipapá, por meio do juiz Neif
Megid, acatou os argumentos do MPPE e deferiu uma tutela
provisória de urgência, determinando a imediata suspensão do processo
seletivo e das contratações previstas no edital.
Na decisão, o magistrado pontua que não houve comprovação
da situação de gravidade ou calamidade pública que justificasse a adoção de
um processo seletivo simplificado, como previsto no artigo 16 da Lei nº
11.350/2006. Segundo o juiz, a alegação da Prefeitura de que havia urgência
não se sustenta juridicamente.
Edital previa 18 contratações sem concurso público
O Edital nº 001/2025, lançado pela Prefeitura de
Quipapá, previa o preenchimento de 18 vagas temporárias para agentes
comunitários de saúde, com base apenas na avaliação de títulos, sem
etapas eliminatórias que avaliassem conhecimento técnico ou aptidão para a
função pública.
Para o MPPE, essa forma de contratação fere os princípios
da legalidade, impessoalidade e eficiência que regem a Administração
Pública, além de descumprir os critérios estabelecidos pela legislação
federal específica para o cargo de agente comunitário.
Prefeitura terá de se manifestar formalmente sobre a ação
Na decisão judicial, foi aberto prazo para manifestação
da Prefeitura de Quipapá, que agora deverá apresentar defesa formal
sobre os pontos levantados pela promotoria. Caso a Justiça mantenha o
entendimento atual, o município poderá ser obrigado a realizar novo processo
seletivo, obedecendo aos critérios legais vigentes.